terça-feira, 7 de setembro de 2010

prosa descabida, desmedida.

vontade absurda de me deitar nesse emaranhado de lençóis e ficar aí. horas, dias, séculos. esperando para ver o que se passa. contar carneirinhos, fechar os olhos, abrir os olhos. eu já fui. eu me vendo lá daquele lado da cama, farta, exausta. eu vivo desses cansasos [da alma]. se eu me jogasse em uma latrina, se eu saltasse dessa janela, se eu ouvisse Bach, e me desse conta de que de fato nada existe. então aí sim, eu me meteria coberta de mármore debaixo dessa fronha, dentro desses braços nus, e meu ouvido quente me diria que sim. em lugar qualquer, ainda há um coração.