vou viver de chuva.
me desfazer de desesperanças, desventuranças,
me entregar toda à nova onda.
vou viver de chuva,
esquecer olhares, retratos, descrenças;
dançar inteira ao som das gotas no ar.
vou viver de chuva,
não catar ninguém, não dividir nada, não encobrir tudo;
na condenação confirmada, o importante é viver
de chuva,
de vento,
de rostos,
de lábios,
de ares,
eternamente,
vou viver de chuva,
e me afogar em tudo o mais que me quiser arrematar.
sábado, 24 de maio de 2008
terça-feira, 20 de maio de 2008
respiro. respiro. como se fosse possível sugar todo ar do universo nesses suspiros, suspensos, dispersos entre onde estou e aquele ali começa. é criador e perigoso catar alturas, ternuras. um passo em falso, a pedra rola, o dia acaba e tudo não era que sonho, além do que eu esperava viver. respiro, por que é nesse swingado de ar que tenho a eternidade ao meu alcance. respiro, num sopro leve que me impulsiona longas distâncias, longas corridas, longas descidas, até cair na desventura, no desconsolo, nas desavenças. despertar em chamas, em risos, em gritos, por que é disso que se vem tristeza, de consolidar o que resta de insegurança. respiro, e desses cheiros, sinto aquele tal, tão próximo, vulgarmente conhecido, nesse meu íntimo mais perdido, ai ai ai, são de todos esses ares do mundo donde saem esses perfumes cor de blue, cor de mim, tocando lábios avermelhados de rubor e desvendando novas texturas. respiro, respiro, respirooooooooooo. e vivo longas, lindas, eternas travessuras.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
domingo, 4 de maio de 2008
um pocuchinho de tranquilidade e ele não entende o meu olhar blasé, tão sem sugestão, tão sem carícias. era um olhar qualquer, tão perto de mim in ti, era um desses olhares simples que a gente joga pro alto sem nem imaginar que alguém vai se importar.
é aí que ele me cata, me pega, me arrasa. desconfortável, doloroso, inquietante calor que brota de uma indiferença. tanta descrença e a vida dança entre segundos, seguros, suspensos em dois olhares que se cruzam.
não palavra e minha respiração já foi.
tão embora, nesses lindos, rasos, inquientantes olhos de adeus.
a deus.
é aí que ele me cata, me pega, me arrasa. desconfortável, doloroso, inquietante calor que brota de uma indiferença. tanta descrença e a vida dança entre segundos, seguros, suspensos em dois olhares que se cruzam.
não palavra e minha respiração já foi.
tão embora, nesses lindos, rasos, inquientantes olhos de adeus.
a deus.
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