domingo, 13 de dezembro de 2009

Aqui eu sou uma chata. Não gosto de nada, não ando com gente, ando pros lados, pendendo nos muros, agachada em edifícios. Virei selvagem, sobrevivente, me defendo entre as construções. Sou tão concreta que faço minhas confissões diárias às paredes, caras companheiras. Aqui, não amo nada nem ninguém, amo esse quarto, chambre, dos meus sonhos, como sempre quis, em vermelho passion, no piano, no cristo que brilha na minha cabeça, no Montblanc que me dá um alô pela janela. Mas é tudo quadrado, por que percebo que gosto mais dessas paredes de gelo do que qualquer coisa que se mexa nesse tipo de pontualidade natural. E é com uma certa tristeza, uma certa loucura, que entro no hit meio blues desse país : preferindo o sólido nu  ao macio dos lábios...

Nenhum comentário: