Mais uma vez e sou eu sozinha neste barco.
Naufragados, eu e ele.
Uma banheira rasa de incertezas,
Era tudo tão bonito, era tão mistério:
Eu lá, em cima daquela bandeja, me servindo de princesa.
Não era mais nada,
Só, mais uma vez eu lá, sós.
Os caras passando, as vãs correndo, as moças rindo
Eu só, sem ninguém para me trazer um destino.
Há incerteza em todos os olhares,
Mas nenhum me olha tão torto quanto o meu.
E não me importo,
Não me importo.
Se amanhã for só desconsolo, desapego,
Bato perna e choro à toa -
Vida de mulher da vida -
Me declaro santinha.
Só, como todas e nenhuma,
Cleópatra apenas minha,
Naufragada na libertinagem de uma noite,
Exausta, largada, destroçada de dignidade.
Quando acordo acelerada,
Mais uma doce nuvem-sonho que se apaga.
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