sexta-feira, 11 de abril de 2008

manifesto revolucionário parte 1:

"Minha motivação no cinema é a passagem de um estado a outro estado.
A cada instante,preparar o espectador como um pintor escolhe e mistura suas cores, ou como um músico, ou como um pagé reúne suas folhas para depois extrair delas um conjunto de sensações.
Só passamos de um estado a outro se este conjunto de sensasões existir.
Só ultrapassamos a mera construção técnica de um filme se formos capazes de gerar uma fabulação, um sonho,
com tamanha força de contaminar o escuro do cinema como uma peste.
É necessário criar um estado de vidência.
Mas a fabulação exige de nós um movimento: oferendar-se. Ir com a coragem de pertencer ao desconhecido, à tela ainda em branco.
É preciso tornar-se, liberar a vida lá onde ela é prisioneira, ou, pelo menos, abraçar este combate incerto em busca das visões.
O fruto de toda essa necessidade é a linguagem".

Luiz Fernando Carvalho

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