quarta-feira, 28 de novembro de 2007
pura ficção.
terça-feira, 27 de novembro de 2007
e desse nosso, devo dizer que nada saiu imune, foi tudo acertado, foi tudo vivido. e aqui apresento meu pequenino coração, já tão cheio de você reluzindo cores e luzes dentro de mim. prazer!
domingo, 25 de novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
a vontade de agora é largar tudo: carreira, mãe, emprego, saúde, sucesso. me perder exausta entre os suores e as mais delicadas perdições do meu corpo - que conheço tão pouco. me prender mais a mim mesma e desbravar horizontes, sem medos dos outros, do mundo, ou de você.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
fim.
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volta?
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
encontro.
domingo, 18 de novembro de 2007
é sempre bom estar em casa.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
É de flor desmanchada que escrevo essa carta, é para constatar o meu não-amor e a minha devassidão. Acordei injuriada com o tamanho do mundo para o pequeno e estreito laço que une duas pessoas, é frágil e amargo, é como um corte no pé, desses que já não se dá conta do tamanho, mas sente-se como se fosse uma atmosfera. É com isso que quero e tenho saudade, por que é de sal refinado o nosso elo, não é doce nem simples, é esturricado, e precisa de moderação, cuidado, tempero forte. Já estava decidida que paixão, saudade, cheiro, lembrança, tudo era só ficção e o nosso encontro era dos mais sérios, de gente grande – mas não – descobri quê menina ainda sou, chorando, agarrada a este monte de coisas suas, vazias, me dizendo de você, que foi longe e deixou o peito aqui murcho, calado e triste como uma criança sem mãe.
É de carinho a minha procura cega por rastros e saídas de me contentar, é de tempo, tanto tempo que minha pele toda se inflama, é de ausência que meu estômago reclama, é de amor que tudo vibra. A música, as coisas clássicas e clichês de namorados – ou apenas esses nós que se amam – o cobertor favorito, a caneca, aquele vinho, o nosso filme, o seu livro, a minha rede e nós dois, que pensávamos que tudo isso não era nada. E por isso obrigada, pela enorme ausência que se tornou intolerável e me fez concluir que a presença é incondicional. Três pontos e uma pausa.
A verdade é que escrevo por que você está longe e é alguma coisa como meu dever te dar notícias, e a principal é mesmo essa – não se assuste – mas descobri qualquer coisa parecida com um “te amo”.
domingo, 4 de novembro de 2007
Se sou calma não é por falta de avisos ou de flagrantes, é só por que me aquieto na sensação de sentir que sou bem viva, bem amarga-amada-sofrida. Assim somos nós, que não desatam a qualquer palavra. Você me fere e eu sangro na ingenuidade de te acreditar ditador do meu destino. Você me chama querida, e depois me diz menina. Por que a minha alegria não se constrói nesses desencantos. Sou esta pequena menina que se perdeu no vestido grande demais da mulher. Sou uma grande rasteira em mim mesma, uma poesia maior que me deu na telha. Tenho vontades e desejos infinitos, queria poder esbravejar e derramar meus sentidos no mundo. Mas sou pequena, como cada um de nós também o é. Não tenho poses, não sou rainha, sou eu apenas aqui de braços abertos. Eu te digo: a calma dos meus sentidos só não é maior do que o caldeira que é meu coração, borbulhando a sua presença dentro de mim, como em uma lembrança que não tarda e que não cessa. Eu te explodo em mim constantemente, por que sou feita dos seus pedaços, cabelos, lábios, traços, sou um pouco feita de você, e transpiro amargamente toda a raiva e o amor que você me causa. Queria saber te odiar mais para me fazer perseverança – menos mulher-menina – e aprender a me amar melhor, mim – sem ti.
mantra.
Cortar os pulsos, beber demais, amar em doses intermináveis.
É com o tempo que se percebe que o mal do mundo não é na gente,
mas nos olhos dos outros.
E com tantos olhares me julgando,
meu coração se esfriou:
água rasa para pratos fundos.
As fantasias que eu guardava, a esperança de um sonho ninado,
coisas tantas de um mundo de Alice,
já são passado, passado,
como passa o algo que vivo neste instante.
E é assim que a vida corre:
amarga, sem esperar por ninguém,
repleta de deuses que me olham e me alteram.
Cortar os pulsos, beber demais, amar demais.
Cortar os pulsos, beber demais, amar demais.
Cortar os pulsos, beber demais, amar demais.
Cortar os pulsos, beber demais, amar demais.
Cortar os pulsos, beber demais, amar demais.
Cortar os pulsos, beber demais, amar demais.
Cortar os pulsos, beber demais, amar demais.
Cortar os pulsos, beber demais, amar demais.
Do belo e da vida.
Quando a beleza chega,
Ela vem de mansinho,
E tão devastadora que só o amor.
Um beija-flor que exerce bem-querer
Na minha laranjeira,
Cheia de encantos no seu pudor;
Um bem-te-vi descabelado,
Amerilinho como as listras do meu jabuti,
Colhe cheiros e poesias
Da janela do quarto em que me dormi.
Uma rosa só e desvairada,
Repousando no meu lençol de cetim azul,
Nem compreende, ela, que maluquices
Ali rolaram ao som de um blues.
Tanta coisa feita de detalhes
E de pura e só beleza,
Que no fim do dia,
Como uma lágrima rasteira,
Sobra-me a companheira:
A humilde e melancólica tristeza.
Por que são assim mesmo
As coisas do amor e do belo,
A nada pertencem e a nada vieram.
Passam zunindo pelas frestas da vida,
E aí, sem cortejos nem despedidas,
Voltam, calmas, aos seus mistérios.